No aniversário de Santos, dia 26/01, sexta-feira, às 21h no Teatro Municipal Brás Cubas, o Grupo Teatro Widia estreia ÈGBÉ – Da Escravidão à Cidadania – o espetáculo tem como pesquisa de linguagem a Cultura Hip Hop e o Teatro de Rua, ambas com discurso artístico, político e social na ocupação do espaço urbano. A montagem também foi trabalhada para palco convencional. Os temas pesquisados e que permeiam todo o roteiro começam por Quintino de Lacerda – líder do segundo maior quilombo do país e primeiro vereador negro da cidade de Santos – chegando à atualidade com a formação das favelas, genocídio dos jovens negros, racismo, desigualdade social e abusos contra a mulher negra. O projeto foi contemplado pelo FACULT – Fundo de Assistência à Cultura de Santos.
No dia 27/01, sábado, às 21h também tem apresentação gratuita.
O que mudou em 100 anos, a cidadania foi respeitada? A abolição da escravatura trouxe aos negros a liberdade, mas pouca coisa mudou. Os negros continuam presos a condições piores que no passado. O preconceito firme e ambulante. Quintino de Lacerda sonhou com um país livre da escravidão, do preconceito e com igualdade social. Mas, o que vemos hoje em dia?
O Teatro Widia com um elenco formado por 90% de negros, utiliza o teatro, a música, a poesia, a dança, e a pintura para denunciar o racismo, o genocídio de jovens negros, a falta de oportunidades, a violência contra a mulher negra e a desigualdade social que ainda persistem nos dias atuais. Um cotidiano vivenciado pelos próprios atores que no processo buscaram revelar as suas lutas e o Quintino que corre em suas veias.
No Elenco: Blendon Cassio, Bruna Telly, Carol Martins, Christian Malheiros, KidJohn Mad, Alan Mad. Narração: Sander Newton. Convidados: DJ Litta Afrontite e Julio Mad
Figurino: : Gilson de Melo Barros
Trilha Sonora: DJ Cuco
Coreografia BBoy: KidJohn Mad e Alan Mad
Preparação de canto: Theo Cancello
Designer gráfico e fotografia: Rodrigo Montaldi
Painéis Grafite: Vinil Colante
Vídeo: Ferreira Filmes
Costureiras: Gisele Bilotte e Maria Aparecida
Realização: Teatro Widia Prefeitura de Santos
Equipe da primeira fase: Filipe Roseno, Veronica Oliveira, Teyles Martinez, Wilson Caiçara, Arquimedes Machado, KidJohn Mad, Maria Lisboa (Corpo), Mamuth DJ, Rodney Nunes (Preparador vocal e trilha),Vinil Colante (Grafite), Orlando Rodrigues (Produtor).
Músicas, letras, textos e Poemas: Todo bicho tem direito a moradia de Daniel Marques, A Diferença de Achille Mbembe, Da Paz de Marcelino Freire; Fugindo do Cativeiro de Vicente de Carvalho, Navio Negreiro de Castro Alves; Lamento do Negro – Dona Ivone Lara; África Mãe de Tim Maia; Bala Perdida de Gil de Olive; África Som de Bruna Telly, Raquel Rollo e Wilson Caiçara; Navio Negreiro de Slim Rimografia. Até Quando de Gabriel O Pensador; Minha Nega na Janela de Germano Mathias, Feminista de Lady Rap, Esú de Baco Exú do Blues.
Agradecimentos: Matheus Serva Pereira, Gerson Rodrigues, Anita Motta, Jessica Balbino, Alcides Mesquita, Maria Cecília e Pedro Pires (Projeto Guri), Hélio Hamilton e Claudio Fernandes (Agem), Orlando Rodrigues (Projeto: Muito Prazer! Meu Nome é Hip Hop), Murilo Netto e Cristina Vida (Deforpec) , Rafael Forte, Trupe Olho da Rua.
Referências:
TCC – Uma Viagem possível: da escravidão à cidadania. Quintino de Lacerda e as possibilidades de integração dos ex-escravos no Brasil. “Matheus Serva Pereira”
TCC – Processos teatrais na periferia: No contexto do Hip Hop – Gerson Rodrigues
Hip Hop – A Cultura Marginal – Do povo para o povo – Anita Motta e Jessica Balbino.
Apoio: Prefeitura de Santos, Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM), Centro de Atividades Integradas de Santos (CAIS Santista), Centro Cultural Cadeia Velha, Vila do Teatro, Projeto: Muito Prazer! Meu Nome é Hip Hop. FACULT – Fundo de Assistência à Cultura.
Este projeto foi contemplado pelo 5º Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos